Em 1994, durante um programa de pós-doutoramento no USDA – FPL – United States Department of Agriculture, Forest Produtcs Laboratory, na cidade de Madison, WI, USA, comecei a estudar o material conhecido como WPC (Wood Plastics Composites). 

Naquele momento esse material estava ainda no seu nascedouro, com poucas pesquisas e quase nenhuma produção comercial. Todavia seu apelo ambiental, sustentabilidade, economia circular, embora naquela época esses temas não eram tão importantes como atualmente, já motivava vários centros de pesquisas a desenvolver esse material.

Iniciei meus estudos nesse laboratório e ao retornar ao Brasil, na Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, UNESP, envidei todos meus esforços no sentido de desenvolver essa tecnologia. Para isso, foi necessário a aquisição de vários equipamentos e a participação mais de uma centena em conferências e eventos científicos sobre o tema. Assim, fui desenvolvendo a tecnologia, tendo publicado vários artigos científicos sobre esse produto e visitado inúmeras empresas fabricantes no exterior que já produziam o WPC comercialmente, tais como USA, Canadá, Alemanha, Bélgica, Holanda, China, Malásia, etc.

Após uma série de estudos sobre o estado da arte da tecnologia do WPC, fomos optando para escolher qual seria a melhor matriz termoplástica a ser utilizada e quais seriam os produtos foco de uma futura empresa sobre  o tema. As alternativas mundo afora eram o PEAD (Polietileno de Alta Densidade nos EUA e Canada; PP (Polipropileno), na Europa, Japão e China; e o PVC (Policloreto de Vinila), na Europa, e China. Optamos pelo PVC, por diversas razões: o mercado é mais limitado; apresenta uma baixa pegada de carbono: é auto-extinguível em caso de fogo; maior estabilidade dimensional  sob intempéries e exposição em aplicações externas (raios UV); totalmente reciclável; não apodrece; não é atacado por insetos e fungos.

Após meu retorno ao Brasil fui um dos pioneiros na utilização das fibras naturais em compósitos termoplásticos. Baseado nessa minha experiência fui contratado pela General Motors do Brasil, Volkswagen do Brasil, Mercedes Benz do Brasil, e outras empresas menores, visando desenvolver o uso das fibras naturais em aplicações automotivas e na construção civil.

Nessa linha iniciei minhas pesquisas visando a aplicação de perfis extrusados e peças injetadas em matrizes termoplásticas. O caminho natural foram os estudos visando a produção de decks e materiais similares tendo em sua composição resíduos agroindustriais diversos, tais como fibra de coco, sisal, juta, casca de arroz, pó de serra, etc.

Assim foi criada a empresa Eko-Tech Ltda., uma start up fundada por dois professores da UNESP, eu e a Professora Ivana Cesarino, especialista em química. Essa sinergia de conhecimentos, ela na área de química e eu na área de engenharia de materiais, resultou em um produto com excelentes propriedades mecânicas e que atendem os preceitos básicos da economia circular com um produto reciclável, com baixa pegada de carbono, e em sua maior parte renovável. Além do que trata-se de um material altamente durável resistindo a décadas exposto no ambiente, sem maiores problemas estruturais e de manutenção. Ela conseguiu um material que resiste a ataques de produtos químicos e com grande estabilidade dimensional.

Foram décadas de pesquisas visando desenvolver um produto que se posicionasse no mercado como de excelente qualidade, livre de manutenção e que atendesse todos os requisitos de segurança, tais como a capacidade de auto-extinção em caso de fogo e resistência mecânica frente às intempéries, ataques de insetos, seja brocas ou cupins; e fungos apodrecedores ou manchadores. Em resumo, um produto feito para durar.

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